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Amores Urbanos / Entrevista com a diretora

  • Rodrigo Fernandes
  • 23 de mai. de 2016
  • 5 min de leitura

"Amores Urbanos fala sobre os relacionamentos confusos, doídos, intensos e apaixonados que todos nós vivemos em nossos desencontros pela cidade", assim define a cineasta Vera Egito que está em cartaz com o seu longa nos cinemas.

O filme acompanha a vida de três amigos... Diego (Thiago Pethit), Júlia (Maria Laura Nogueira) e Micaela (Renata Gaspar).

Eles estão no auge de suas vidas, revelando suas personalidades, experimentando desilusões amorosas e procurando a carreira ideal.

O trio de amigos mora no mesmo prédio de São Paulo e compartilham diariamente suas experiências, fracassos e conquistas. Rindo ou chorando, eles estarão juntos. No elenco, ainda está a atriz e cantora Ana Cañas e o ator Lucas Veríssimo.

A produção é da Paranoid Filmes e a distribuição está por conta da Europa Filmes.

Acompanhe a entrevista que fizemos com a cineasta Vera Egito:

OS GEEKS - Primeiramente agradecemos pela disposição em nos atender e parabenizá-la pela sua estreia na direção. Gostaríamos de conhecer mais um pouco sobre a sua história. Como começou e quais foram suas motivações e influências no início?

VERA EGITO - Muito Obrigada! Desde muito nova eu queria fazer cinema. Acho que o primeiro curso que fiz foi um de vídeo arte no MAM/SP, em 1996 ou 1997. Eu tinha uns 15 anos. Mais velha, estudei roteiro na Escuela de Cine y Tv de San Antonio de los Baños, em Cuba e me formei no Curso Superior do Audiovisual da ECA-USP. Escrevi e dirigi dois curtas, trabalhei em roteiros de longa, videoclipes, publicidade e TV. E, agora, finalmente, lanço meu primeiro filme: Amores Urbanos. Acho que as influências mudam durante os anos, com as fases da vida. Mas o que posso dizer é que a motivação para fazer meus filmes é contar as histórias que povoam minha cabeça. São várias. Histórias, personagens, cenas. Elas existem em mim e de tempos em tempos, quase que inevitavelmente, vêm à tona.

O.G. - Você já esteve a frente do roteiro de filmes como "À Deriva" e "Serra Pelada", ambos com a direção de Heitor Dhalia. Como foi o trabalho com ele? Ele está na produção executiva desse filme, qual a importância de parcerias e amizades nesse meio?

V.E. - Eu colaborei com o roteiro do À Deriva e co-escrevi Serra Pelada. Heitor é meu parceiro há muito tempo. Desde o meu primeiro curta ele estava lá, dando força, fazendo notes, apoiando os projetos tanto emocionalmente quanto no sentido prático. É impossível fazer cinema só. Para realizar qualquer coisa nesse meio você precisa criar a sua turma, criar uma gangue que confie em você e em que você também confie. Cultivar as relações de trabalho e de amizade, respeitar e apoiar o trabalho dos amigos, confiar na contribuição daqueles que querem te ajudar. Tudo isso é essencial.

O.G. - Conte-nos sobre o desafio de 'encarar' direção de um longa metragem pela primeira vez.

V.E. - É um desafio, mas sinceramente é também um prazer enorme. Desde aquele curso de vídeo arte da adolescência, lá se vão vinte anos. E foram vinte anos em que eu estive me preparando para isso. Para contar uma história durante mais de uma hora. Uma história que divertisse e emocionasse. Uma história que fosse honesta, sincera comigo mesma e com o público. E eu consegui. E isso antes de ser um desafio foi a realização de um sonho.

O.G. - O romantismo ainda está na moda? Como você compara as histórias desses três jovens do filme com a nossa realidade atual?

V.E. - O romantismo não está na moda não. Ainda bem! Acho que esse conceito de amor romântico só atrapalha a gente. Essa idealização do amor que o prende dentro de regras e costumes sociais. Que tem um monte de sentimento de posse, de neurotização, de caretice. O amor verdadeiro é confuso, doído, intenso. Amar é colocar a sua sanidade na mão de outra pessoa. É depender do outro para ter paz. Isso só pode dar errado. E sempre dá, como acontece no filme. Mas é que dar errado, no amor, é dar certo. Porque se dói é porque foi verdadeiro, é porque foi avassalador. E se doeu é porque também foi muito bom. Acho que o amor da literatura romântica tinha essa sabedoria. O romantismo como movimento literário trazia essa intensidade. Mas aí a religião transformou o amor num sonho cafona de "o que Deus uniu o homem não separa". A gente se une e se separa na hora que a gente quiser ou puder. E com quem e de quem a gente quiser também. Meninos com meninos, meninas com meninas, meninos com meninas e todas as outras configurações que vierem à mente e ao coração. Meu filme fala desse amor. São esses os amores urbanos.

O.G. - O filme aborda as diferente formas de amar, correto? Os desafios de jovens com os relacionamentos... como você pode definir "Amores urbanos"?

V.E. - Ah, então, acabei definindo na resposta anterior. Os amores de Amores Urbanos são desordenados. Estão bem longe dos padrões TFP*. Eles não tem hora nem momento certo de acontecer. E também podem acabar a qualquer momento. Mas são amores intensos, sinceros e livres.

*(Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade - organização civil cat tradicional criada pelo jornalista Plínio Corrêa de Oliveira) - Fonte: Wikipedia

O.G. - Abordar cenas homossexuais, essa temática em si no filme ainda é um ponto de dificuldade para a realização e divulgação de um filme? Quais foram suas dificuldades?

V.E. - Não sei se é dificuldade para alguém. Para mim não é. Essa é minha realidade. As pessoas a minha volta amam homens ou mulheres e eu não consigo ver qual é a diferença entre uma coisa ou outra. Desejo, frustração, felicidade, ansiedade, é o que eu vejo em todos os casais. Difícil deve ser viver na caretice. Ô vida triste dessa gente chata. E para evitar que alguém diga que "não foi avisado", o cartaz do filme tem menino beijando menino e menina beijando menina.

O.G. - Dois projetos futuros estão sendo desenvolvidos, você está como roteirista numa produção sobre a cantora Elis Regina com a direção do Hugo Prata e também na direção e roteiro de "Rua Maria Antônia: A Incrível Batalha dos Estudantes", correto? Pode nos contar um pouco mais desses dois projetos? O que podemos esperar dos seus futuros projetos?

V.E. - O trabalho que fiz no "Elis" foi de colaboração. Fiz a versão final de um roteiro que já estava pronto, quase para filmar. O tratamento que fiz foi mais no sentido de afinar alguns desejos do Hugo em relação à narrativa, sem interferir no desenho de produção que já estava pronto. Fiquei muito feliz e orgulhosa de fazer parte desse filme. Já "Maria Antônia - A Incrível Batalha dos Estudantes" é um projeto autoral que escrevi em 2010. O projeto finalmente captou a verba necessária para filmar e devermos rodar no começo de 2017.

O.G. - Temos o costume de dar dicas de filmes, livros e séries para os nossos seguidores nas redes sociais. Você pode indicar filmes, livros e séries que goste?

V.E. - Não sou muito das séries. Não acompanho, na verdade. Acho que a única que eu poderia recomendar é a primeira temporada de “True Detective”. Livros e filmes são tantos. Depende tanto do momento e da pessoa para quem recomendo. Então, fico aqui com os últimos que assisti/li e que me encantaram: "Americanah", da Chimamanda Ngozi. Um romance com um auto referencial sobre uma imigrante nigeriana nos Estados Unidos. O livro é desses inesquecíveis. Os personagens são desses que passam a fazer parte da sua vida como se fossem amigos antigos. Esse mês assisti "Beijos de Emergência", do Philipe Garrel em uma mostra da Cinemateca. O filme é uma joia. Fala também sobre os encontros e desencontros do amor, e tem o Louis Garrel atuando com 4 aninhos.

O.G. - Para finalizarmos, gostaríamos que possa nos deixar uma mensagem para os nossos seguidores para conferirem o filme nos cinemas.

V.E. - Amores Urbanos fala sobre os relacionamentos confusos, doídos, intensos e apaixonados que todos nós vivemos em nossos desencontros pela cidade. Espero que vocês curtam.


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