Período colonial é retratado com bom humor em HQ

Criado em 1987 por Marcos Araujo e Al Stefano, o primeiro álbum da série “As Aventuras Coloniais de Mineirão & Zé Bonfim” será lançado durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Pavilhão do Anhembi de 26 de agosto a 4 de setembro pela Editora Sesi-SP. A obra, que foi contemplada pelo PROAC 2015 – Programa de Ação Cultural, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, promete trazer diversão e entretenimento, além de uma boa dose de história do Brasil, já que a narrativa se passa em meio ao período colonial brasileiro.

A história do primeiro álbum intitulado "Entre Feijoadas, Goiabadas e Inconfidentes" se passa na Vila Rica do século XVII, atual Ouro Preto, quando um faiscador (minerador independente) glutão e estabanado conhecido como Mineirão e seu amigo Zé Bonfim, que é um ex-escravo e também faiscador, se envolvem em uma confusão e começam uma aventura em busca de duas iguarias tipicamente brasileiras: a goiabada e a feijoada. A partir daí, os caminhos da dupla cruzam com o dos Inconfidentes Mineiros. Figuras como Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga, Aleijadinho, Visconde de Barbacena, entre outros, de repente encontram-se metidos numa bagunça sem tamanho que mistura culinária, gulodice, movimentos independentistas e conspirações à Coroa portuguesa.

Segundo Marcos Araujo, um dos autores da história, “a inspiração veio da apreciação pela rica história do Brasil, sua fauna, flora, folclore e costumes que construíram essa nação. A proposta era fazer os personagens cruzarem com figuras históricas sem abrir mão do roteiro original, ou seja, uma HQ para entreter, com roteiro fechado a cada volume, num período colonial específico”.

Al Stefano lembra a influência que os autores sofreram desde que se conheceram na Escola de Desenho Cândido Portinari: “desde 1986, Marcos e eu acompanhamos grandes obras de artistas como The Spirit de Will Eisner, Asterix de Gosciny e Uderzo, a obra de Maurício de Sousa, Ziraldo, Daniel Azulay, além de Marvel e DC Comics, entre outros”.

Os autores buscam agradar a todos e pretendem alcançar um público heterogêneo, ou “crianças de 8 a 88 anos ou mais”, como diz Marcos Araujo. A ideia, após o lançamento da primeira edição, é continuar a fazer novas aventuras em novos destinos do Brasil colonial, com originalidade, muito humor e sutil crítica social.

“Cada um de nós tem seu trabalho, mas vamos arrumar tempo para fazer os outros álbuns. Seguramente não demorará mais um quarto de século”, comenta Al Stéfano.

Esse primeiro volume está sendo lançado graças à premiação do PROAC 2016, e à escolha da Editora Sesi-SP em publicar álbuns de quadrinhos de uma nova geração. Neste sentido, a Quanta Academia de Arte também teve papel fundamental em "peneirar" alguns desses trabalhos.