"ARQ" - Nova ficção científica original da Netflix
- Rodrigo Fernandes
- 17 de set. de 2016
- 2 min de leitura

Lançado recentemente no catálogo da Netflix o primeiro longa metragem de Tony Elliott, responsável pelo roteiro da série Orphan Black e com a presença do ator Robbie Amell no elenco. Robbie é conhecido pelo papel de "Ronnie Raymond / Nuclear" na série Flash. ARQ é o nome da tecnologia criada pelo engenheiro Renton que consegue produzir energia continuamente. Em um futuro distópico em que as energias estão cessando, a tal tecnologia desperta o interesse de pessoas com fins não tão pacíficos para seu uso. Renton acaba sendo uma espécie de 'guardião' dessa tecnologia, o problema é que o ARQ causa um loop temporal e ele se vê continuamente sendo morto por uma gangue que invade a sua casa.
Bem parecido com No Limite do Amanhã, em que o personagem principal vai buscando alternativas para mudar essa realidade que vive se repetindo, porém com menos recursos e mais focado em questões conspiratórias.

Ao lado de Renton está Hannah, vivida pela atriz Rachael Taylor que interpreta a personagem Trish Walker da série Jessica Jones, da parceria entre Marvel e Netflix. Um personagem que aos poucos vai se transformando ao longo do filme.
O roteiro é um tanto previsível, mas a história é bem trabalhada. Não perde tempo tentando explicar o que aconteceu com o Planeta Terra ou apresentar os personagens. E isso é muito bom, o filme vai direto ao ponto em que quer chegar! Aos poucos vamos sabendo por conversas ou uma espécie de notícia da TV o que está ocorrendo do lado de fora.

Durante todo o filme o ambiente é limitado, oscilando entre o quarto de Renton e uma espécie de galpão aonde está a tal tecnologia. Somente próximo do final os personagens principais saem da casa em que estão e podemos observar um pouco da tal realidade pós-apocalíptica que o mundo se encontra, mas ainda com pouquíssimas informações.
Essas questões não tão bem aprofundadas por um lado é bom, por dar agilidade ao filme e a toda a narrativa; porém por outro lado atrapalha na própria empatia com os personagens e as convicções que cada um defende. Tudo acaba sendo muito superficial.
Filmes e séries que levam o selo da Netflix normalmente vem acompanhados de muita expectativa; já que o serviço de streaming é o responsável por grandes e ousadas produções que movimentaram a indústria do cinema e da TV.
Pode parecer estranho, mas considerando esse contexto, levar o selo da Netflix estampado no filme ARQ possa ter mais prejudicado do que o contrário. Talvez não tivéssemos exigido tanto de um filme que, no final das contas, cumpre até que bem com o seu papel diante de um cenário sci-fi.
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